quarta-feira, 31 de março de 2010

Por que a Finlândia?


A vida, em alguns momentos, escreve suas tramas sutilmente, dando apenas pequenos avisos do que acontecerá. Caso não prestemos atenção nos augúrios que surgem, podemos ser surpreendidos e acabar com aquele sorriso meio amarelo de “ok, você me pegou”.

Há três anos, pouco antes de me tornar diplomata, eu já trabalhava no MRE,

como oficial de chancelaria. As malas já estavam praticamente prontas para uma transferência (em nossa linguagem de servidores públicos, “remoção”) para Dublin. E isso fazia sentido. Eu morara na Inglaterra anos antes, já tinha tido a oportunidade de conhecer a Irlanda e o interesse pelos temas das Ilhas era famoso entre os amigos. O passo era natural e esperado.

A aprovação no concurso do Instituto Rio Branco zerou a contagem de todos os prazos, e o que seria uma remoção para um Posto B – um dia eu posto um post sobre os Postos, como diria HG – precisou aguardar mais um pouco.

Do outro lado do Equador, Flávia ainda vivia nos Estados Unidos, e a perspectiva de nós ao menos nos falarmos era baixíssima. O aparente atraso da Roda da Fortuna gerou um reencontro, uma descoberta, uma casamento, duas mudanças de apartamento e uma redefinição de rumos.

Em meados de 2009, eu e Flávia concordamos que era hora de começar a planejar nossa mudança. À época, eu fui aconselhar-me com colegas mais experientes da Divisão do Pessoal. Expus o perfil de cidade que eu queria e precisava – Posto C, pelo pouco tempo de carreira, mas com boa qualidade de vida. Na contramão do pop da época, não queria nada extremamente aventuresco, muito menos levar uma família para certas cidades na Terra profunda.

- Por que você não tenta Helsinque? O Embaixador está bem ali, se você quiser posso apresentá-lo a ele...

Era o começo do grand finale ou de um grand principio que se anunciava, discreto, o tempo todo. Eu havia trabalhado na Divisão de Europa I, sido desk de Finlândia, diplomata de ligação da delegação finlandesa durante a visita oficial do Primeiro Ministro Matti Vanhanen ao Brasil, em 2008, e feito um bom amigo na Embaixada da Finlândia em Brasília. A Finlândia, que até pouquíssimo tempo antes era apenas mais um país da Europa – com referências gerais como Papai Noel, Nokia, Keke Rosberg, Kimi Räikkönen, Mika Häkkinen, Jari Litmanen e Sämi Hyypiä – tornou-se destino desejado, cobiçado, negociado e conseguido.

E será nosso lar nos próximos anos.

Então, é näkemin Brasilia, tervetula Suomi!

4 comentários:

  1. uuuuuuuuuuuhhhhhhhhhhhhhhhhuúúúúúúúu´vamo pra terra do HARDCORE!!!!!!!!

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  2. ... nada de bebê foca!... faça uma tatoo de "rena" e nos coloque a par dos trocadilhos em finlandês :)

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  3. ok, arye... só podemos "comê" foca...

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  4. Parabéns! Acabei de saber por um amigo que voce é filho da queridissa Lidia (ex-professora de Geografia! Eu sou de Boa Esperanca e também vivo em Helsinki! Abracos! Oliver Fabricio Sousa

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