domingo, 11 de abril de 2010

Antropologias

Esses dias eu estava lendo um texto do Roberto DaMatta em que ele falava sobre a questão da leitura (ou da falta de) no Brasil. Segundo ele, o brasileiro ainda considera a leitura um luxo, e muitos justificam a pouca leitura pela falta de tempo. Para DaMatta – e foi aqui que mais concordei com ele – a leitura não é uma questão de tempo, e sim de necessidade. A escrita, para mim, já foi também uma questão de necessidade, mais do que de vontade, e espero que volte a ser.

Toda essa introdução é só para pedir desculpas pelos dias sem notícia no blog. A vontade e a necessidade de escrever e ler os (poucos, ainda, hã?) comentários nos acompanhou o tempo todo. Esta, entretanto, foi a primeira semana de efetivo trabalho na Embaixada, além de estamos em meio a providências bancárias, burocráticas e imobiliárias. Para minorar o silêncio, usaremos também o twitter (twitter name casalducci) para dividir as impressões mais breves e imediatas do dia-a-dia.

Feitas as devidas considerações, passemos à agenda efetiva desta sessão.

Após cinco anos de MRE, dificuldades de negociar a remoção, adiamentos, empacotamentos, três vôos e uma Páscoa maior que a brasileira, no dia 6 de abril de 2010 comecei oficialmente a trabalhar em uma Embaixada. No perigoso jargão do Itamaraty, o Secretário Daniel “chegou e assumiu”.

No primeiro dia, Flávia me acompanhou, para também ser apresentada ao pessoal da Embaixada. O prédio de cinco andares que nos abriga fica em Kaivopuisto, uma área bem ao sul da cidade, onde fica a maioria das Embaixadas. Há um prédio gêmeo, colado ao nosso – e com o qual inclusive dividimos a garagem - que abriga a Chancelaria italiana.

As primeiras impressões foram as melhores possíveis: todos muito receptivos, uma sala carinhosamente preparada, com direito a um computador zero km e um janelão de frente para a rua. Além do ambitente físico ser muito agradável, o apoio e a paciência sem fim de todos para sanar as intermináveis dúvidas de um casal que chega a um país desconhecido são fundamentais, e têm facilitado nossa vida.

Em um Posto relativamente pequeno, um diplomata acaba por ter de se interar de todos os assuntos. “Meus” temas de maior atenção, por intrução do Embaixador Armando, serão a parte cultural e os assuntos da Estônia – país com o qual as relações diplomáticas do Brasil são tratadas cumulativamente pela Embaixada em Helsinque.

As atividades culturais da Embaixada estão intimamente ligadas ao CCBF – Centro Cultural Brasil-Finlândia, que funciona no térreo do prédio. Sua diretora, a Professora Helena (ecos de Cirilo e Maria Joaquina, alguém?) é uma pessoa cheia de iniciativa e muito séria (embora divertidíssima). A parte cultural está em boas mãos. Por outro lado, o Ministro Amorim deve ir a Talim em junho. Portanto, mãos a obra para conhecer mais detalhadamente o país e preparar a visita.

4 comentários:

  1. Uau, que delícia! Dizem que Tallin é incrível. A comu brasileira aí é bem organizada, né?

    O CCBF tem repetução de ser super bem organizado. Inclusive tem vários turmas de Pt para finlandeses, não é isso.

    O bom de estar num país como a Finlândia - entre outras mil coisas - são esses casacos elegantérrimos. hahah

    Abraços!

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  2. Primoooooooo...é Marcinha...como vcs estão??? Já encontraram o papai Noel? Saudade de vs, viu? Manda bjs pra Flávia e vai dando notícias. Já, já estaremos aí...

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  3. Então é oficial, em julho vai ter carnaval na Finlândia? Flávia tem que começar a preparar o bronze!
    Deixaram saudade aqui.
    Beijos

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